sábado, 19 de abril de 2008
"TRÊS MAGOS"
Subo, uma vez mais, pelas encostas de Minas, avisto a terra um pouco mais do alto. Vejo árvores decrépitas, e parasitas como seus hóspedes, troncos abraçados em aberração Darwiniana, em singelo desenho de amor, nuvens furtando cores ao sol poente, e a sentinela dos montes, contrafortes delimitantes da geografia onde me espaço.
Na estrada cercada de matas, coelhos selvagens saltam distraídos, dos lados.
E voam corujas já à boca da noite; um enorme pássaro, em retardo ao ninho, ameaça asas à minha frente.
Impressões de uma tarde, um prenúncio de noite, quando a natureza se insinua em suas intrigantes faces, e me inspira uma compaixão despojada, uma doce arritmia, com seus inusitados traços.
No céu, uma meia lua e lampejos de três risonhos magos (ou três comadres Marias) me dão boa-noite ao esmorecer de mais um dia."
(Fernando Campanella, 25 de Março de 2007)
Photo by Fernando Campanella
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