A alma é um cenário.
Por vezes, ela é como uma manhã brilhante e fresca,
inundada de alegria.
Por vezes ela é como um pôr do sol...
triste e nostálgico.

-Rubem Alves-

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terça-feira, 8 de abril de 2008

"Sinos"



Dois sinos tocam ao finado,
um maior, como que do céu
chamando,
e a alma melancólica
respondendo
‘já vou indo, meu pai’,
é o sino menor dobrado.

Outro sino
nove vezes na tarde badala
ad aeternum evocando a chegada
do antigo anjo dos mitos .

Aqui, sinos
não celebram grandes impérios
nem cataclismos rememoram
nem por isto menos sino se torna
o eco do longínquo que sentimos.

Aqui também bate o sineiro
Sinos doces, pequeninos
e da branca torre
todo ano
como num encanto
desce do Deus menino
um soprinho.

(F.Campanella)

Foto by Fernando Campanella
São Tomé das Letras- MG-BR-

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