A alma é um cenário.
Por vezes, ela é como uma manhã brilhante e fresca,
inundada de alegria.
Por vezes ela é como um pôr do sol...
triste e nostálgico.

-Rubem Alves-

Seja bem-vindo. Hoje é
Deixe seu comentário, será muito bem-vindo, os poetas agradecem.

domingo, 9 de maio de 2010

'TEMPO DE ESQUECER'


Sabes que sou como um rio abandonado
no sedento leito do esquecimento,
e a tua vã lembrança tão unido
como a água ao seu céu refletido;


Sabes que sou como o tempo desfolhado
na mão final do que foi perdido
e, como um horizonte proibido,
me envolves o sonho vigilante;


Sabes que sou como o ar, destinado
ao vôo de tuas aves, som ferido
surdidor rouxinol e enamorado:


Sobre este coração crepuscular
e por turvas marés assaltado,
tornas-te nuvem voando para o esquecimento.


*Eduardo Carranza
In: Antologia Poética
*Nasceu em Apiay, nos Lhanos Orientais da Colômbia, a 23 de Julho de 1913.
Morreu no dia 13 de fevereiro de 1985 em Bogotá.-Colômbia.

2 comentários:

ZeCarlosM disse...

Siderado...
Fico fascinado com as suas escolhas.
Não conhecia de todo este autor... que partilha connosco. Que bonitas imagens nos transporta Eduardo CArranza...
Creio que somos todos ..."como um rio abandonado"
Obrigado

Tais Luso de Carvalho disse...

Lindo poema, bela escolha.

'Sabes que sou como um rio abandonado
no sedento leito do esquecimento,'

Um abraço
Tais Luso