que o arvoredo orvalhado já pressente
erguendo os ramos para recebê-la.
Não a luz penetrante que a primor
na transparência dos cristais espelha
a mesma luz louvada do criador.
Não essa luz que o nosso olhar prefira,
ávido de celeste azul safira
ou de púrpura régia ou de tons de ouro.
Nem a luz que ilumina os olhos belos,
portadores de amor, formados de elos
torvelinhando em claro sorvedouro.
Mas outra luz de tempo mais profundo,
outra, de que se mostra a leve imagem,
move as almas em flor do velho mundo
para a contemplação desta paragem.
Henriqueta Lisboa
In: 'Melhores Poemas'
De 'Montanha Viva' (1945-1949)
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