sexta-feira, 24 de julho de 2009
Sono
Noite inteira. Bailam estelas na relva.
Retiram-se no bosque e nas grutas as sendas,
o capricórnio se cala.
Mochos pardos se pousam como urnas nos abetos.
Na obscuridade sem testemunhas
tranqüilizam-se as aves, o sangue, o país
e as aventuras nas quais sempre se recai.
Nas brisas permanece uma alma
sem hoje,
sem ontem.
Com surdos rumores entre as árvores
erguem-se séculos ardentes.
Em sono o meu sangue, igual a uma onda,
regressa de mim
para trás, em meus pais.
Lucian Blaga
(tradus de Micaela Ghitescu, editia "Mirabila samanta", ed. Minerva, Bucuresti, 1981)
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