segunda-feira, 13 de julho de 2009
A PEGADA PERDIDA
A pegada perdida, o rastro ausente,
a chama estremecida, o lume à frente,
o caminho envolvido na neblina,
o cavalo vendado em sua crina.
Destinos a volver e resolver,
como traços na selva, troças brutas
impostas como pistas a rastrear.
Das janelas, os olhos pendem, longos,
no fundo perquirir, dias e noites
perdidos nesta selva de procelas.
Ah, que amargas Penélopes, aquelas
que aguardaram sagazes navegantes.
E tudo era tão ido, era tão antes,
que as mãos, já ressecadas e amarelas,
não mais podem colher o fruto sido.
O sido. Quero vê-lo do meu lado,
como um cachorro fiel e bem nutrido.
Reynaldo Valinho Alvarez
A Faca Pelo Fio
Poemas Reunidos
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