A alma é um cenário.
Por vezes, ela é como uma manhã brilhante e fresca,
inundada de alegria.
Por vezes ela é como um pôr do sol...
triste e nostálgico.

-Rubem Alves-

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segunda-feira, 10 de março de 2008

ILUSÕES PERDIDAS



IMPROVISO

Eu sonhava ! eu sonhava ! Assim como falenas
Que o sopro da tormenta espanta em revoadas
As minhas ilusões tão puras, tão serenas.
Fugiram-me uma a uma, à toa dispersadas...

Eu sonhava ! eu sonhava ! Adeus risos doirados
Devaneios de amor, suaves pensamentos !...
Adeus ! no meu passado eu vejo-vos tombados,
Murchos como os rosais dos fortes ventos !..

Ilusões ! Ilusões ! oh ! borboletas da alma !
Voltai de novo ! Sim ! trazei-me a calma
De meus sonhos!...Tornai oh ! loucas peregrinas !...

Mas não ! É tarde ! Adeus...Na minha fonte pensa
Cai-me um crepe sombrio, essa tristeza imensa
De um amor que se esb’roa em lúgubres ruínas !


Pethion de Villar
-1891-

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