A alma é um cenário.
Por vezes, ela é como uma manhã brilhante e fresca,
inundada de alegria.
Por vezes ela é como um pôr do sol...
triste e nostálgico.

-Rubem Alves-

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terça-feira, 21 de setembro de 2010

'Primaveras'



I

A primavera é a estação dos risos,
Deus fita o mundo com celeste afago,
Tremem as folhas e palpita o lago
Da brisa louca aos amorosos frisos.

Na primavera tudo é viço e gala,
Trinam as aves a canção de amores,
E doce e bela no tapiz das flores
Melhor perfume a violeta exala.

Na primavera tudo é riso e festa,
Brotam aromas do vergel florido,
E o ramo verde de manhã colhido
Enfeita a fronte da aldeã modesta.

A natureza se desperta rindo,
Um hino imenso a criação modula,
Canta a calhandra, a juriti arrula,
O mar é calmo porque o céu é lindo.

Alegre e verde se balança o galho,
Suspira a fonte na linguagem meiga,
Murmura a brisa: - Como é linda a veiga!
Responde a rosa: - Como é doce o orvalho!


1° de Julho - 1858


Casimiro de Abreu
(4 de janeiro de 1839 — 18 de outubro de 1860)

2 comentários:

Helena Castelli disse...

Belo poema!

Desejo que a Primavera encha seu jardim com as mais belas flores...

Beijos primaveris.

Ana Lucia disse...

poema doce e delicado,a sensibilidade da alma a florir as escritas da primavera no perfume da essência do amor de Deus, através de teus pensamentos e suas mãos; quanta delicadeza de alma a florir em nossos corações.