A alma é um cenário.
Por vezes, ela é como uma manhã brilhante e fresca,
inundada de alegria.
Por vezes ela é como um pôr do sol...
triste e nostálgico.

-Rubem Alves-

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quarta-feira, 1 de setembro de 2010

”Socrática”


Qual a hora mais esperada?
- A que precede o primeiro encontro.

Qual a luz mais cruel?
- A que vem depois do primeiro desengano.

Qual o verso mais belo?
- O que nos esclarece um enigma interior.

Qual o benfeitor mais alto?
- O que ao prestar um benefício
consegue que o favorecido
se julgue favorecedor.

Qual o caráter mais mesquinho?
- O que vos recorda os favores prestados.

Qual o maior sossego?
- O do homem
que já não espera nada dos homens.

Qual o bem mais apreciado?
- Aquele que, depois de esgotar a Esperança,
julgávamos já inacessível.

Qual a surpresa mais sublime?
- A daquele que encontra a Deus
dentro de si mesmo.


Amado Nervo
in Plenitude
(Tepic, Nayarit 27 de agosto de 1870-México
Montevidéu,Uruguay- 24 de maio de 1919)

2 comentários:

Henrique Rodrigues Soares disse...

Filosófico, inquietante, peço que vou colocá-lo na minha página.

Sds.

Tuca Zamagna disse...

Que tesouro mais grandioso acabo de encontrar, Maria Madalena! Seu blog é um primor de coletânea de preciosidades literárias. Fico imaginando o seu jardim, se o tem, quão deslumbrante será.

Sempre me vem a mesma dúvida quando me deparo com belos espaços do gênero. Quem será essa pessoa: um arguto garimpeiro ou um hábil lapidador?

Eis aí uma pergunta que não posso responder, sendo como sou preguiçoso e pouco determinado para ser capaz de coriscar algum valor na lavra, e também desajeitado e ansioso demais para evitar que um robusto diamante
seja reduzido, sob a ação de minhas mãos, em cristalina purpurina!

Cheguei até você por indicação de uma amiga que me garantiu que aqui eu poderia encontrar, na íntegra, um poema do qual só possuo os magníficos versos finais. Qual! Minha amiga subestimou a minha incompetência exploratória...

Deixo aqui os versos órfãos, certo de que você poderá me ajudar a encontrar seus irmãos, profunda conhecedora que certamente é de sua quase infinita prole:

Confesso
Cada vez sou menos eu
E mais o que vivi.
Por isso é que me apuro
para não chegar tarde
ao que realmente fui
quando tudo acabar.

Abraços