A primavera é a estação dos risos,
Deus fita o mundo com celeste afago,
Tremem as folhas e palpita o lago
Da brisa louca aos amorosos frisos.
Na primavera tudo é viço e gala,
Trinam as aves a canção de amores,
E doce e bela no tapiz das flores
Melhor perfume a violeta exala.
Na primavera tudo é riso e festa,
Brotam aromas do vergel florido,
E o ramo verde de manhã colhido
Enfeita a fronte da aldeã modesta.
A natureza se desperta rindo,
Um hino imenso a criação modula,
Canta a calhandra, a juriti arrula,
O mar é calmo porque o céu é lindo.
Alegre e verde se balança o galho,
Suspira a fonte na linguagem meiga,
Murmura a brisa: - Como é linda a veiga!
Responde a rosa: - Como é doce o orvalho!
1° de Julho - 1858
Casimiro de Abreu
(4 de janeiro de 1839 — 18 de outubro de 1860)
2 comentários:
Belo poema!
Desejo que a Primavera encha seu jardim com as mais belas flores...
Beijos primaveris.
poema doce e delicado,a sensibilidade da alma a florir as escritas da primavera no perfume da essência do amor de Deus, através de teus pensamentos e suas mãos; quanta delicadeza de alma a florir em nossos corações.
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