A alma é um cenário.
Por vezes, ela é como uma manhã brilhante e fresca,
inundada de alegria.
Por vezes ela é como um pôr do sol...
triste e nostálgico.

-Rubem Alves-

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terça-feira, 6 de julho de 2010

campos entardecidos


O poente em pé como um Arcanjo
tiranizou o caminho.
A solidão povoada como um sonho
remanseou-se ao redor do vilarejo.
Os cincerros recolhem a tristeza
dispersa dessa tarde. A lua nova
é um fio de voz que vem do céu.
Conforme vai anoitecendo
volta a ser campo o vilarejo.

O poente que não cicatriza
ainda fere a tarde.
As cores trêmulas se acolhem
nas entranhas das coisas.
No aposento vazio
a noite fechará os espelhos.


Jorge Luís Borges

Um comentário:

*...Butterfly...* disse...

Oii linda...

Não me contive e olha eu aqui outra vez...
Dessa vez eu devo confessar que chorei ao ler seu novo post...

A música de fundo e as palavras tão delicadas e doces me fizeram viajar por dentro do meu coração, arrancando lágrimas dos meus olhos, eh como se eu estivesse entrado na foto da paisagem e me perdido lá dentro!

Essa parte então:

"O poente que não cicatriza
ainda fere a tarde.
As cores trêmulas se acolhem
nas entranhas das coisas.
No aposento vazio
a noite fechará os espelhos."

bateu fundo, na alma...

Que maravilhoso eh o teu blog, parabéns!

Bjinhos*

*...Butterfly...*

Ah! e mto obrigada por me seguir, eh um prazer tê-la em meio aos meus seguidores!