Vezes, algumas vezes mar fremente,
Tem sido para nós constantemente
Um lago azul sem ondas, sem espumas,
Sobre ele, quando, desfazendo as brumas
Matinais, rompe um sol vermelho e quente,
Nós dois vagamos indolentemente,
Como dois cisnes de alvacentas plumas.
Um dia um cisne morrerá, por certo:
Quando chegar esse momento incerto,
No lago, onde talvez a água se tisne,
Que o cisne vivo, cheio de saudade,
Nunca mais cante, nem sozinho nade,
Nem nade nunca ao lado de outro cisne!
Júlio Salusse
(Júlio Mário Salusse- RJ- 1872-1948)
2 comentários:
Tive a sorte de conhecer este poema de uma forma linda. Em passeio pela Mata Nacional do Bussaco (Portugal)junto a um lago com um cisne, eu e mais dois amigos com as respectivas esposas, comemorava-mos os nossos (dos 3 casais)40 anos de casados, quando encontramos um grupo formado por gente jovem e um casal mais velho, de repente, o casal mais velho começou a dizer o poema. Era um casal Brasileiro. Ambos disseram o poema. Foi lindo. Senti-me cisne, porque o cisne na vida só tem uma companheira, e eu, com a minha,já vamos com 40 anos juntos. Aconteceu a 12/05/2013.
"Amo esse poema desde a minha adolescencia.Infelizmnente perdi o meu cisne ,ha dez anos e ate hoje me recuso a nadar ao lado de outro cisne,mesmo sendo uma pessoa feliz,por ter vivido um grande amos e por ter sido tao amada"
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