A alma é um cenário.
Por vezes, ela é como uma manhã brilhante e fresca,
inundada de alegria.
Por vezes ela é como um pôr do sol...
triste e nostálgico.

-Rubem Alves-

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terça-feira, 6 de abril de 2010

Morte silenciosa


A noite cedeu-nos o instinto
para o fundo de nós
imigrou a ave a inquietação

Serve-nos a vida
mas não nos chega:
somos resina
de um tronco golpeado
para a luz nos abrimos
nos lábios
dessa incurável ferida

Na suprema felicidade
existe uma morte silenciada


Mia Couto
(Moçambique- 1955)

3 comentários:

BLOG DO JOÃO SÁVIO disse...

Parabéns!!! Pela beleza e criatividade do seu Blog. Maravilhoso!!!
É sempre lindo e importante que as pessoas todas se unam, se deem as mãos, somem os esforços, e, juntas, consigam o que sozinhas, jamais alcançariam... Vamos instituir uma via de mão dupla objetivando a construção de mundo melhor.
Faça-nos uma Blogvisita que corresponderemos com a formatação de um feedback positivo onde todos caminharemos no sentido da verdadeira luz...
João Sávio

Maria Madalena Schuck disse...

Obrigado caro cunhado João Sávio, sua visita é um alimento a alma.
Muito grata.

Fernando Campanella disse...

Versos muito belos, profundos. Realmente na suprema felicidade há uma morte silenciosa, imperceptível, os contrários se tocam neste território que não totalmente compreendemos...existe algo mais belamente contraditório que viver?
Bjos.