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A noite cedeu-nos o instinto
para o fundo de nós
imigrou a ave a inquietação
Serve-nos a vida
mas não nos chega:
somos resina
de um tronco golpeado
para a luz nos abrimos
nos lábios
dessa incurável ferida
Na suprema felicidade
existe uma morte silenciada
Mia Couto
(Moçambique- 1955)
3 comentários:
Parabéns!!! Pela beleza e criatividade do seu Blog. Maravilhoso!!!
É sempre lindo e importante que as pessoas todas se unam, se deem as mãos, somem os esforços, e, juntas, consigam o que sozinhas, jamais alcançariam... Vamos instituir uma via de mão dupla objetivando a construção de mundo melhor.
Faça-nos uma Blogvisita que corresponderemos com a formatação de um feedback positivo onde todos caminharemos no sentido da verdadeira luz...
João Sávio
Obrigado caro cunhado João Sávio, sua visita é um alimento a alma.
Muito grata.
Versos muito belos, profundos. Realmente na suprema felicidade há uma morte silenciosa, imperceptível, os contrários se tocam neste território que não totalmente compreendemos...existe algo mais belamente contraditório que viver?
Bjos.
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