A alma é um cenário.
Por vezes, ela é como uma manhã brilhante e fresca,
inundada de alegria.
Por vezes ela é como um pôr do sol...
triste e nostálgico.

-Rubem Alves-

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quarta-feira, 7 de abril de 2010

LUZ PROVISÓRIA


Vejo a chuva que cai, e me dispensa
de vê-la cair. Também meu corpo me dispensa
de vê-lo, em sua queda: chuva breve
que escorre, sobre as rugas do tempo.

Sou uma luz provisória, prometida
à chuva que cai, ao rigor
da pedra e do vento, à escuridão
que não se apaga mais.


Rio, 23/1/84


Hélio Pellegrino
in Minérios Domados

2 comentários:

Fernando Campanella disse...

O Hélio Pellegrino precisa ser revisto, reavaliado, redimensionado pela crítica literária. Grande poeta, e este poema é belíssimo, uma técnica refinada a serviço de uma mensagem profunda. Gostei muito.

Sonia Schmorantz disse...

Um poema lindo, perfeito para este dia de chuva que faz por aqui. O frio vem chegando rápido!
beijos