Para olhar a geada e os ramos
Dos pinheiros cobertos pela nevada
E há muito tempo fazer frio
Para observar os zimbros arrepiados de gelo,
Os abetos ásperos no brilho distante
Do sol de janeiro; e não pensar
Em qualquer miséria no som do vento,
No som de umas poucas folhas
Que é o som da terra
Cheia do mesmo vento
Que sopra no mesmo lugar vazio
Para alguém que escuta, escuta na neve,
E, ausente, observa
Nada que não está lá e o nada que é.
Wallace Stevens
Tradução de Paulo Venâncio Filho
One must have a mind of winter
To regard the frost and the boughs
Of the pine-trees crusted with snow;
And have been cold a long time
To behold the junipers shagged with ice,
The spruces rough in the distant glitter
Of the January sun; and not to think
Of any misery in the sound of the wind,
In the sound of a few leaves,
Which is the sound of the land
Full of the same wind
That is blowing in the same bare place
For the listener, who listens in the snow,
And, nothing himself, beholds
Nothing that is not there and the nothing that is.
Wallace Stevens
2 comentários:
Talvez magia...olhar para o dia branco de neve, paz.
Poema tão sutil, uma linguagem que expressa aquela paisagem que parece vazia, mas que é matéria de sonho: tudo e nada. Um poema que merece ser lindo com muita calma, e várias vezes, muito rico em sentidos. Bjos, minha querida amiga.
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