A alma é um cenário.
Por vezes, ela é como uma manhã brilhante e fresca,
inundada de alegria.
Por vezes ela é como um pôr do sol...
triste e nostálgico.

-Rubem Alves-

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quarta-feira, 6 de janeiro de 2010

VALSA DE ADEUS



Tudo é partida de navio, velas
ao vento, coisas desancoradas
que se desgarram. Este copo, esta pedra
que pronuncio não são palavras, nem
versos de amor, nem o sopro
vivificante do espírito. São barcos
arrastados pelo tempo, cascas
de fruta na enxurrada, lenços
de adeus, enquanto o vapor se afasta,
e de longe ilumina essa ausência que somos.


Rio, 15/3/80



Hélio Pellegrino
In: Minérios Domados

3 comentários:

Graça Pires disse...

Como um cais de chegadas e partidas. Os barcos. A despedida.
Um poema fantástico a falar da espera "essa ausência que somos".
Um beijo.

Fernando Campanella disse...

Helio Pellegrino é um espírito iluminado. Que beleza de poema. Um beijo, minha amiga.

Henrique Rodrigues Soares disse...

Rara beleza... estes versos.
Sds.