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O caminho foi longo e houve névoa.
Porém, houve o espaço. Mas agora
adensou-se a névoa até ao ponto
de ser o espaço o muro que já roço.
Nele me deterei e, ao voltar
os olhos para trás, a mesma névoa
far-me-á tentar de novo o mesmo muro
e, se eu dirigir o olhar ao céu
para ali me salvar, a negra névoa
irá cegar-me os olhos, e assim será
isto a que chamaste sono eterno.
Francisco Brines
Trad.:José Bento
(Poeta español nacido en Oliva, Valencia en 1932)
Um comentário:
O seu cantinho é sempre uma caixinha de surpresas... poesia muito bonita e repleta de sensibilidade.
A imagem como sempre meticulosamente enquadrada.
Realmente é uma delicia passar por aqui e espreitar os seu poemas favoritos!
Um Feliz Natal!!
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