A alma é um cenário.
Por vezes, ela é como uma manhã brilhante e fresca,
inundada de alegria.
Por vezes ela é como um pôr do sol...
triste e nostálgico.

-Rubem Alves-

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terça-feira, 15 de dezembro de 2009

Em sinal de luto



Conto, pelos dedos, o tempo de entardecer
cansaços. Um negativo de lembranças,
compulsivamente recortadas no coração,
transforma a brisa em rostos familiares.
Crava-se-me, na pele, um sangue-frio
de mortes solitárias e estremece-me
o corpo em sinal de luto. A noite cheira
a despojos de velhos monólogos.

Graça Pires
De Uma certa forma de errância, 2003
(Portugal)

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