segunda-feira, 23 de novembro de 2009
BEM-TE-VIS
Olhos de grafite
súbitos demoníacos estrídulos bem-te-vis.
Apregoam ao céu uma verdade morta.
Vista. Sem chama
(clara evidencia).
O jardim se esconde em desvãos e esconderijos.
O jardim não vê –
cresce calado. Os casulos não vêem –
viram borboletas.
Vêem os bem-te-vis
e passam ao dizer.
Dora Ferreira da Silva
In: Poesia Reunida
Jardins (esconderijos) 1979
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