quarta-feira, 24 de junho de 2009
SONETO DE INDAGAÇÃO
Será tarde, Senhora, será tarde?
A vida, igual ao dia, encontra ocaso.
Termina, pouco a pouco, o nosso prazo
E o frio olhar da morte já nos carde.
Que tua luz me salve ou me resguarde.
Tuas chamas me queimam. Já me abraso.
Estamos bem além de um simples caso.
A alma, outrora errante, em ânsias arde.
Tenho estranho fulgor de adolescência,
Mas, ao notar que tudo pede urgência,
Sinto que amar me traz um certo alarde.
E ao ver o tempo inexorável, lento,
Escravo de teu grande encantamento
Aflito te pergunto – será tarde?
Artur Eduardo Benevides
In: Elegia Setentã e Outros Poemas de Entardecer
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Um comentário:
Mada, lindo poema! Aliás, amiga, tudo o que você posta é sempre de muito bom gosto, com propriedade. Artur Eduardo Benevides é cearense, de Pacatuba, uma cidade da região metropolitana de Fortaleza. Quanto à indagação do Artur, tomo a liberdade de responder que nunca é tarde para amar, que amar sempre vale a pena, sempre.
Beijinhos
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