quarta-feira, 17 de junho de 2009
ELEGIA DE MAIO
Longo, lento, infindável o crepúsculo.
Na larga enseada uma tinta imprecisa
antes do lusco-fusco
insinua-se em tudo, esmaiada.
Corre um brusco arrepio de brisa,
encrespa-se de leve a água vidrada.
Difuso em tudo, o ouro da luz de outono
resiste, como a clara
recordação de um longo dia pára
e ainda hesita, antes da noite e o sono.
Escurecer que é quase amanhecer...
Um não sei quê de claridade escura
diluído em tudo, em tudo arde e perdura:
já é quase noite o longo dia
e a noite espera e sonha: ainda é dia.
Lá no alto, o adeus da tarde que ficou...
É dia ainda, o sol acorda agora
no largo oceano o sono de outra aurora,
mas derrama no seio do meu rio
todo o ouro do dia que passou.
Serena esta luz de ouro em meu outono:
recordação, antes do grande sono...
Augusto Meyer
in Poesias, 1957
(Rio Grande do Sul)
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3 comentários:
A vida é um incêndio:
nela dançamos,
salamandras mágicas
Que importa restarem cinzas
se a chama foi bela e alta?
Em meio aos toros que desabam,
cantemos a canção das chamas!
Cantemos a canção da vida,
na própria luz consumida...
(Mário Quintana)
Desejo um lindo resto de semana com muito amor e carinho.
Abraços Eduardo Poisl
Amiga, vim, li e ouvi! Meu nome foi escolhido da Meditação de Thais - por meu pai. Ele adorava os clássicos e cresci ouvindo. E adoro.
Poemas e músicas nota 1000.
bjs
tais luso
*(ele colocou sem o 'h', para ser mais moderno...)Prefiro com 'h'!
Boa noite Madalena
Este teu espaço é sempre inspirador, culto e aconchegante.
Hoje vim te deixar meu carinho e te desejar um lindo final de semana.
beijo
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