sábado, 25 de outubro de 2008
'NUMA ESTRANHA ALAMEDA ...'
Numa estranha alameda, à luz magoada e fria
de roxo plenilúnio e onde ninguém passasse,
numa estranha alameda é que eu desejaria
que minha pobre vida em breve me deixasse ...
Como se ensombra a alma esta melancolia!
Como seria bom que esse instante chegasse!
Numa estranha alameda, após suave agonia,
sem hissope, sem cruz, sem requiescat in pace ...
Na quietude feral das noites estreladas
sonharia, feliz, meus sonhos de outros mundos,
tendo perto de mim, como guardas paradas,
dois renques laterais de palmeiras sem palmas,
altas, quase tocando o azul dos céus profundos,
para onde embalde voa a esperança das almas ...
José Lannes
in Candeia – l.948.
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