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“A nossa pobre vida nos ilude:
— A maior alegria ainda é pequena,
guarda no âmago, um gérmen que envenena:
porque jamais atinge a plenitude...
Eis que enfim a Renúncia nos acena
e diz: — Eu sou a máxima virtude.
Só é feliz o que se desilude,
e tem, ante o mistério, a alma serena.
Mas a vida nos foge...e é quando basta,
para na dor cruel que nos devasta,
nesta insidiosa e trágica incerteza,
gozarmos nossa mísera alegria,
ainda a mais ilusória e fugidia,
com uma ansiedade, que já é tristeza...”
José Lannes
(RJ-1895-SP-1956)
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