A alma é um cenário.
Por vezes, ela é como uma manhã brilhante e fresca,
inundada de alegria.
Por vezes ela é como um pôr do sol...
triste e nostálgico.

-Rubem Alves-

Seja bem-vindo. Hoje é
Deixe seu comentário, será muito bem-vindo, os poetas agradecem.

sábado, 11 de outubro de 2008

'NEVE'



Hei de sentir uma ternura grave,
Qualquer cousa de pausa na descida,
Quando te surpreender compondo, suave,
A bela cabeleira embranquecida.


Talvez o outono seja a grande chave
Perfeita e luminosa desta vida,
Em que, mãos postas, murmuramos — Ave,
Ventura, colho-te amadurecida! —


Há, no outono, um sabor de cachos de uvas
Que provamos, tranqüilos, só de vê-los
Rebrilhantes, lavados pelas chuvas.


Deve ser muito doce e manso, ainda,
Sorridente, ao tocar os teus cabelos,
Dizer-te: Como a neve te faz linda!


Oliveira e Silva
(Recife-1897)

Sobre o autor:

Francisco de Oliveira e Silva
Escrevia com o nome Oliveira e Silva.
Magistrado e escritor, nasceu no Recife, em 1897. Foi promotor público em Santa Catarina e juiz e desembargador no Rio de Janeiro. Publicou vários livros (jurídicos e de ficção), entre os quais: "Julgamentos Fictícios - Psicologia Criminal"; "Orquídea" (romance); "Sonata poética" (poesias); "D. Quixote e Carlitos" (ensaio); "Um Homem se Confessa" (memórias).

Um comentário:

Dalva Nascimento disse...

Oi, amiga...

Parabéns pelo Blog

Lá no Interlúdio tem um presentinho prá vc... passa lá prá pegar!

Bjs.

Flor ♥

http://interludioemflor.blogspot.com/