sábado, 18 de outubro de 2008
'COMO A ALMA'
Cai a chuva de alma leve
nas ribeiras de alma fria.
Cala a ave o canto breve
cala a flor e o fim do dia.
Tanto faz a chuva esteja
só na aragem do jardim.
Essa brisa que me beija
fica bem dentro de mim.
Cai a noite e seu trajeto
vira alfombra enluarada
como a mágica do afeto
nos olhos da namorada.
Cai a aurora e vai a lua
no meu sonho rotineiro
de ficar minh’alma nua
no calor do travesseiro.
Cai a chuva e cai a vida
onde cai tanta saudade.
E minh’alma anoitecida
é uma eterna claridade!
Afonso Estebanez
(Poema dedicado a Giannina Costa
– passageira do feliz amanhecer)
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