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Minha mão volta a escrever
entre as páginas das águas
onde o amor me volte a ler
a história de suas lágrimas.
Que nunca me falte a tinta
para o branco da memória
que amor é mágoa distinta
da mágoa de toda história.
E entre as páginas viradas
que inundam meu coração
deixo mágoas derramadas
com sabor de uma canção.
Quantas delas já verteram
das águas todas passadas
e de espuma converteram
dor em flores restauradas.
Minha mão vem descrever
como faz a flor das águas
que reescreve o alvorecer
da vida isenta de mágoas.
Afonso Estebanez
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