A alma é um cenário.
Por vezes, ela é como uma manhã brilhante e fresca,
inundada de alegria.
Por vezes ela é como um pôr do sol...
triste e nostálgico.

-Rubem Alves-

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domingo, 19 de abril de 2009

POETÁRIO



Alma: a que se tem, aristotélica ou platônica,
inescapavelmente, como queira Coleridge.
Buril: (des)razão instrumental, hiato entre intenção e ato.
Corpo: incondicionalidade, invólucro ad extremum.
Diktat: ter uma única, estrita, regra: jamais furtarse ao mistério.
Eu: por que não?
Falso: se se enreda no real é para sua e dele maior verossimilhança.
Gosma: imantação líquida, seiva, intervalo entre estados.
Homem: radicação, ser em mundanidade, enigma.
Istmo: contínuo interrupto
Jamais: se repetido já não é.
Lira: a que troquei pela experiência e a vida, a que ainda me embota.
Maré: eco lumar.
Nuvem: água furtada, mulher.
Oblíquo: vertigem do plano.
Poesia: o dom.
Que: a pedra no caminho, glória e miséria da prosa, praga da poesia.
Retorno: se curvo o movimento, é eterno.
Sol: luz, solus.
Tudo: o ominosamente e radical.
Uva: morder a polpa tenra como Baco fazia.
Verde: cápsula de líquen, paixão de Flora.
Xis: o que não se mostra, quase sempre, nas questões.
Zebra: tresmalhado eqüus.


Antonio Fernando De Franceschi
In: Tarde Revelada Poemas

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