A alma é um cenário.
Por vezes, ela é como uma manhã brilhante e fresca,
inundada de alegria.
Por vezes ela é como um pôr do sol...
triste e nostálgico.

-Rubem Alves-

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sábado, 4 de abril de 2009

CANÇÃO DE INVERNO


(London)


O vento assobia de frio
Nas ruas da minha cidade
Enquanto a rosa-dos-ventos
Eternamente despetala-se...

Invoco um tom quente e vivo
_ o lacre num envelope? -
e a névoa, então, de um outro século
no seu frio manto envolve-me

Sinto-me naquela antiga Londres
Onde eu queria ter andado
Nos tempos de Sherlock - o Lógico
E de Oscar - pobre Mágico...

Me lembro desse outro Mário
Entre as ruínas de Cartago,
Mas só me indago: - Aonde irão
Morar os nossos fantasmas?!

E o vento, que anda perdido
Nas ruas novas da Cidade,
Ainda procura, em vão,
Ler os antigos cartazes.

Mário Quintana
in Apontamento de História Sobrenatural

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