domingo, 19 de abril de 2009
MAGNÓLIAS
1
Tome-as nas mãos
e saberás por que magnólias
são fatais.
2
Se rasgares a pétala,
notarás fissuras no tecido.
Lâmina carnosa, cristal dissolvido em nuvem.
Nas nervuras há poros do mais puro branco.
Alvíssimo alvo.
Verás contudo que é Siena a cor de fundo.
Dessas calcinadas terras se colorem
as flores mortas.
3
À noite secretam perfumes.
Polinizam o ar.
Elas, ventres fecundos.
4
Perdidas as pétalas, resta íntimo caroço.
Sementes vermelhas brotam súbito,
lisas, alongadas.
Fava incendiada, rubra é a cor que requeres
para o mistério de seu viço alvar.
5
Depois da chuva alguma água restará no tenro cálice.
Mas não muita.
se contemplando te detiveres,
sucumbirás à excessiva luz.
Evita navegar na clausura desse mar.
Antonio Fernando De Franceschi
In: Tarde Revelada Poemas
*
(In memory of my esteemed mother-in-law.mm)
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Um comentário:
Belíssimo poema.
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