A alma é um cenário.
Por vezes, ela é como uma manhã brilhante e fresca,
inundada de alegria.
Por vezes ela é como um pôr do sol...
triste e nostálgico.

-Rubem Alves-

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domingo, 12 de abril de 2009



Eu não sei quem Tu és. Mas sei que Tu existes,
e sei que és Tu que acendes as estrelas lá no Alto,
e o lume, às vezes, da alegria na pobreza dos meus olhos tristes.


Eu não Te vejo, eu não Te falo, senão no silêncio secular
das noites insones e profundas, em que meu corpo se apaga,
e minha alma é uma chama inquieta a crepitar ...


Eu Te quero e Te temo, pávido, esquivo e ansioso ... E pela vida inteira,
se Te fujo - olhos sem luz para não ver-Te, ouvidos surdos para não Te ouvir sinto o
Teu esplendor doer na minha tórpida cegueira,


e ouço o rumor augural dos remos do Teu barco, lento e lento
a ferir, com seu ritmo de Absoluto,
a água noturna do meu pensamento ...


Abgar Renault
in: Poesias Completas

Um comentário:

Rosemildo Sales Furtado disse...

Olha Madalena, estou realmente encantado. Aí está uma belíssima forma de comunicação para com o nosso querido e bem amado ser superior.

De parabéns o autor e você pela postagem.

Estive navegando, avistei tua nave, gostei e não resistí.

Abraços,

Furtado.