domingo, 12 de abril de 2009
Eu não sei quem Tu és. Mas sei que Tu existes,
e sei que és Tu que acendes as estrelas lá no Alto,
e o lume, às vezes, da alegria na pobreza dos meus olhos tristes.
Eu não Te vejo, eu não Te falo, senão no silêncio secular
das noites insones e profundas, em que meu corpo se apaga,
e minha alma é uma chama inquieta a crepitar ...
Eu Te quero e Te temo, pávido, esquivo e ansioso ... E pela vida inteira,
se Te fujo - olhos sem luz para não ver-Te, ouvidos surdos para não Te ouvir sinto o
Teu esplendor doer na minha tórpida cegueira,
e ouço o rumor augural dos remos do Teu barco, lento e lento
a ferir, com seu ritmo de Absoluto,
a água noturna do meu pensamento ...
Abgar Renault
in: Poesias Completas
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Um comentário:
Olha Madalena, estou realmente encantado. Aí está uma belíssima forma de comunicação para com o nosso querido e bem amado ser superior.
De parabéns o autor e você pela postagem.
Estive navegando, avistei tua nave, gostei e não resistí.
Abraços,
Furtado.
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