quinta-feira, 4 de abril de 2013
''Solidão''
Estás todo em ti, mar, e, todavia,
como sem ti estás, que solitário,
que distante, sempre, de ti mesmo!
Aberto em mil feridas, cada instante,
qual minha fronte,
tuas ondas, como os meus pensamentos,
vão e vêm, vão e vêm,
beijando-se, afastando-se,
num eterno conhecer-se,
mar, e desconhecer-se.
És tu e não o sabes,
pulsa-te o coração e não o sente...
Que plenitude de solidão, mar solitário!
Juan Ramón Jiménez,
in "Diario de Un Poeta Reciencasado"
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Um comentário:
Amo as obras literárias deste senhor que muito nos enriqueceu com tamanha sensibilidade!
Beijinhos, Madalena e grata pelas suas partilhas sempre cheias de bom gosto e consistentes.
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