“Quod non mortalia pectora coges, auri sacra fames!”
Virgílio (Eneida, 3. 56-57)*
Esfera azul, jóia imensa,
solitária Terra-Mar,
até quando irás girar?
Um verme voraz te permeia
e a febre que desencadeia
está por te devorar.
Circula nas veias do homem,
mina-lhe os campos da paz.
O verbo vil da avareza
cria esse verme voraz.
Quem poderá salvar-nos
desse mal que nos infesta?
Ah, ânsia de ter e mais ter -
febre funesta -
que apenas no homem
se manifesta!...
Sérgio Sersank
de "Estado de Espírito"
* Execrável fome de ouro, a que desgraças conduzes os peitos mortais!
[Ilustração retirada do Google Imagens]
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