domingo, 2 de novembro de 2008
'SOMBRAS AMIGAS'
Sombras da noite, leves como as aves,
Aconchegos e frêmitos de amores,
Que em nossas asas de esquisitas cores
Subam para o Alto os meus anseios graves.
Sombras flébeis, tenuíssimas, suaves,
Emigras de um chão de negras flores,
Levari-me as mágoas e as secretas dores
Pelas mais altas e silenciosas naves...
Ascendendo às alturas das montanhas,
Que os meus anseios de ferais entranhas,
Que todo esse clamor de ansiedade,
Erre junto de nós, sombras da noite,
E numa estrela rútila se acoite,
Em busca de repouso e de piedade.
Araújo Figueiredo
(1864-1927)
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