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Escrevo, triste, no meu quarto quieto, sozinho como sempre tenho sido, sozinho como sempre serei. E penso se a minha voz, aparentemente tão pouca coisa, não encarna a substância de milhares de vozes, a fome de dizerem-se de milhares de vidas, a paciência de milhões de almas submissas como a minha ao destino quotidiano, ao sonho inútil, à esperança sem vestígios. Nestes momentos meu coração pulsa mais alto por minha consciência dele. Vivo mais porque vivo maior.
(Bernardo Soares)
(Heterônimo de Fernando Pessoa)
2 comentários:
Oi, querida Madalena... Nossa! Fantástico texto do Pessoa, ao som do violino do Stern, com essa imagem belíssima! Sempre é muito bom vir aqui, e ler poemas de qualidade ao som de música de primeira!
Bjs, e linda semana prá ti!
Amiga, seu blog está emocionante. Cada dia mais lindo! Parabéns!
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