sexta-feira, 21 de novembro de 2008
'Ilusões'
Velas fugindo pelo mar em fora…
Velas…pontos - depois … depois vazia
a curva azul do mar onde, sonora,
canta do vento a triste salmodia…
Partem pandas e brancas… Vem a aurora
e vem a noite após, muda e sombria…
E, se em porto distante a frota ancora,
é p’ra partir de novo em outro dia…
Assim as Ilusões. Chegam, garbosas,
palpitam sonhos, desabrocham rosas
na esteira azul das peregrinas frotas…
Chegam… Ancoram ‘alma um só momento;
logo, as velas abrindo, amplas ao vento,
fogem p’ra longe solidões remotas
Medeiros e Albuquerque
(in A Circulatura do Quadrado, Alguns dos Mais belos Sonetos de Poetas cuja Mátria é a Língua Portuguesa, Edições Unicepe, 2004)
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