terça-feira, 9 de agosto de 2011
Só Agora
Só agora é que compreendo haver inventado
tantas maneiras de não ser,
ou de ser, dividido,
disperso.
Ah, vida simplesmente pensada
e não apenas vivida, ou se sonhando entre mil fogos,
e por isso despida
de seu dom de unidade ou de sua própria essência!
Colado à sombra das coisas, viajo desesperadamente,
dividido, disperso.
Onde estou, não sou.
Nunca sou totalmente.
E é um ficar, sem deter-me, e um partir, sem levar-me.
Emílio Moura
In: Itinerário Poético
Entre o Real e a Fabula
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