A alma é um cenário.
Por vezes, ela é como uma manhã brilhante e fresca,
inundada de alegria.
Por vezes ela é como um pôr do sol...
triste e nostálgico.

-Rubem Alves-

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terça-feira, 9 de agosto de 2011

Palavras na Penumbra (7)


Há um silêncio leve sobre as ruas.
Esconde-se em sua tênue vaidade.
Ninguém o escuta. Vai pela cidade
compondo um vento de palavras nuas.

Foge do tempo, foge dessa urgência
de dizer tanto, e tudo, e não ser nada,
e encolhe-se no oco de uma ausência,
como uma ave oculta a face alada.

Há um silêncio vivo como a pele,
que pulsa sob um têxtil desatino,
disposto a seduzir o que o impele

ao devaneio. E o impulso vence-o
e abre uma outra face em seu destino:
pois dentro do silêncio há outro silêncio


Renato Tapado
(Porto Alegre 1962, escritor gaúcho, radicado em Florianópolis desde 1974.)

Um comentário:

Sarah El Khouri disse...

Lindo poema! Tem o mesmo jeito poético de Jim Morrison ao descrever o que ia em sua alma.