domingo, 7 de dezembro de 2008
VIII
Abrir os olhos, procurar a luz,
De coração erguido ao alto, em chama,
Que tudo neste mundo se reduz
A ver os astros cintilar na lama!
Amar o sol da glória e a voz da fama
Que em clamorosos gritos se traduz!
Com misericórdia, amar quem nos não ama,
E deixar que nos preguem numa cruz!
Sobre um sonho desfeito erguer a torre
Doutro sonho mais alto e, se esse morrer,
Mais outro, e outro ainda, toda a vida!
Que importa que nos vençam desenganos,
Se pudermos contar os nossos anos
Assim como degraus duma subida?
Florbela Espanca
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