terça-feira, 16 de dezembro de 2008
'ESPERANÇA'
Eis a aliada do amor, que volta, verde e mansa,
Mal a um sonho que morre ouve o extremo queixume:
E não tarda que da alma em cinzas, e esta aliança,
Nova Phenix, um novo Ideal surja e se emplume.
Desejo! Que te baste apenas o perfume
Das flores da ilusão que o braço não alcança.
Esperar! Quantos bens a esperança presume!
Esperança ... Derrota ... Ironia ... Esperança ...
E em vão, para imergi-la, o mar brame e retumba:
Nuvem sempre distante, ela acompanha a vida,
Do sorriso do berço à lagrima da tumba.
E quando a alma, afinal, triste e desiludida,
Treme, no horror do mundo ao qual o corpo a chumba,
A suprema esperança arma o braço ao suicida.
Heitor Lima
in 'Primeiros Poemas'
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