sexta-feira, 11 de julho de 2008
"Fiat"
Aqui, uma elegia
às estrelas baças,
às rimas pálidas, gastas,
de meus versos perdidos,
não vingados.
Uma lembrança
à metáfora inglória,
aos pássaros implumes,
à mais anti-poética estória -
às estrofes renegadas,
no malfeito das horas.
Nas gavetas do olvido
um louvor tardio
aos incipientes frutos
de que me desfiz ,
à face imberbe,
à sinfonia dos surdos,
ao tatear dos cegos,
um certo fracasso de mim.
Um toque de silêncio
aos moinhos de ventos
mais inertes e mudos,
ao que saberia ter sido,
à musa ingrata, opaca ,
a uma certa luz buscada,
que se não fez,
que se não cumpriu.
(Fernando Campanella)
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