Sob o esplendor lunar,
a Noite,
imensamente silenciosa,
com ruídos
roucos,
nas toiceiras de ácidos perfumes.
Além, na longa estrada, o carro.
Avança. Vem.
¿ Quem eras tu, Viajante?
Passou.
Nunca saberás.
Uma estrela cadente
cintila
¿ Quem eras tu, no Espaço?
Fugiu, foi-se.
Nunca saberás.
Só saberás a ninharia
circundante
da tua vida.
Mas livra tua Alma
de todas as estreitezas.
Vê o infinito
do gesto bom
e
sem causas finais,
o gesto que brilha
como o Sol.
Vê a órbita dos planetas
e dos eléctrons invisíveis.
Se quiseres, se puderes, vê Deus.
Mas nunca, nunca desprendas os teus olhos
da Beleza
inatingível.
Pontes de Miranda,
de 'Inscrições da estrela interior',
in Obras literárias Prosa e poesia, 1960
Um comentário:
Muito bom este poema!! Me ajude com meu bloger agradeço
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