quarta-feira, 18 de setembro de 2013
''Deslumbramento''
Há, na vida, por mais áspera, rude e escura,
horas que valem tudo e compensam as dores
que afligem, dia e noite, a pobre criatura,
neste vale em que há mais espinhos do que flores.
Quem não sentiu jamais essa hora de ventura,
Vaga entre-luz do céu, do averno entre os horrores,
sutil emanação do Amor, que, eterno, dura,
do qual são simples sombra, os mais belos amores ?
Essa Visão de Deus, Graça, Paz, Euforia,
ou nos vem, pela fé ao cérebro cansado,
ou, pelo Amor, nos desce à alma tediosa e fria.
E ficamos, assim, de olhar turvo e tremente,
sentindo esse fulgor do Ser iluminado,
tal como quem fitou o sol de frente a frente !
José de Mesquita
(Março 1938), em "Escada de Jacó".
Cuiabá: Escola Industrial Salesiana, 1945.
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