quarta-feira, 17 de julho de 2013
''No ciclo eterno das mudáveis coisas''
No ciclo eterno das mudáveis coisas
Novo inverno após novo outono volve
À diferente terra
Com a mesma maneira.
Porém a mim nem me acha diferente
Nem diferente deixa-me, fechado
Na clausura maligna
Da índole indecisa.
Presa da pálida fatalidade
De não mudar-me, me fiel renovo
Aos propósitos mudos
Morituros e infindos.
Ricardo Reis
heterônimo de Fernando Pessoa
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário