segunda-feira, 7 de janeiro de 2013
De Miguel de Sousa Tavares...
[...]
Eu acredito na continuidade das coisas que amamos, acredito
que para sempre ouviremos o som da água no rio onde tantas vezes mergulhamos a cara,
para sempre passaremos pela sombra da árvore onde tantas vezes paramos, para sempre
seremos a brisa que entra e passeia pela casa, para sempre deslizaremos através do silêncio
das noites quietas em que tantas vezes olhamos o céu e interrogamos o seu sentido.
Nisto eu acredito: na veemência destas coisas sem princípio nem fim, na verdade dos sentimentos nunca traídos.
E a tua voz ouço-a agora, vinda de longe, como o som do mar imaginado dentro de um búzio.
Vejo-te através da espuma quebrada na areia das praias, num mar de Setembro, com cheiro a algas e a iodo.
E de novo acredito que nada do que é importante se perde
verdadeiramente. Apenas nos iludimos, julgando ser donos das coisas, dos instantes e dos
outros.
Comigo caminham todos os mortos que amei, todos os amigos que se afastaram,
todos os dias felizes que se apagaram. Não perdi nada, apenas a ilusão de que tudo podia ser meu para sempre.
Miguel de Sousa Tavares
'Eternamente'
de 'Não te deixarei morrer,David Crockett'
Eu acredito na continuidade das coisas que amamos, acredito
que para sempre ouviremos o som da água no rio onde tantas vezes mergulhamos a cara,
para sempre passaremos pela sombra da árvore onde tantas vezes paramos, para sempre
seremos a brisa que entra e passeia pela casa, para sempre deslizaremos através do silêncio
das noites quietas em que tantas vezes olhamos o céu e interrogamos o seu sentido.
Nisto eu acredito: na veemência destas coisas sem princípio nem fim, na verdade dos sentimentos nunca traídos.
E a tua voz ouço-a agora, vinda de longe, como o som do mar imaginado dentro de um búzio.
Vejo-te através da espuma quebrada na areia das praias, num mar de Setembro, com cheiro a algas e a iodo.
E de novo acredito que nada do que é importante se perde
verdadeiramente. Apenas nos iludimos, julgando ser donos das coisas, dos instantes e dos
outros.
Comigo caminham todos os mortos que amei, todos os amigos que se afastaram,
todos os dias felizes que se apagaram. Não perdi nada, apenas a ilusão de que tudo podia ser meu para sempre.
Miguel de Sousa Tavares
'Eternamente'
de 'Não te deixarei morrer,David Crockett'
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