quinta-feira, 24 de janeiro de 2013
'Estudo'
Subitamente descobrimos o acaso
na nuvem que passa pelo pássaro
ou no pássaro que soturnamente percorre a nuvem.
De repente aprendemos a flor das coisas
e os seus movimentos na paisagem.
De repente trocamos a imagem pela paisagem
a palmatória pela parábola.
De repente descobrimos que os espelhos nos evitam
que o amanhã pertence aos outros
que da janela somos observados
por super-homens de celuloide.
De repente é o metal do amor que silencia
no coração onde tudo é paisagem.
Subitamente compreendemos
que as palavras envelhecem com os homens
que o amor também envelhece
quando as palavras envelhecem.
Francisco Carvalho
De "Os Mortos Azuis" 1.971
'Vãs confissões'
Não quero ou pretendo mais nada.
Tive, na minha idade, o suficiente
de alegria, decepção, dor e perdas.
Só gostaria de mais árvores, flores
e alvoradas.
E, se possível, um mundo menos
inclemente.
Jairo De Britto,
em "Dunas de Marfim"
sexta-feira, 18 de janeiro de 2013
''OS RIOS''
Magoados ao crepúsculo dormente,
Ora em rebojos galopantes, ora
Em desmaios de pena e de demora,
Rios, chorais amarguradamente.
Desejais regressar... Mas, leito em fora,
Correis... E misturais pela corrente
Um desejo e uma angústia, entre a nascente
De onde vindes, e a foz que vos devora.
Sofreis da pressa, e, a um tempo, da lembrança...
Pois no vosso clamor, que a sombra invade,
No vosso pranto, que no mar se lança,
Rios tristes! agita-se a ansiedade
De todos os que vivem de esperança,
De todos os que morrem de saudade...
Olavo Bilac
terça-feira, 8 de janeiro de 2013
''O CAMINHO BRANCO''
Vou por um caminho branco
Viajo sem levar nada.
Minhas mãos estão vazias.
Minha boca está calada.
Vou só com o meu silêncio
e a minha madrugada.
Não escuto, entre os barrancos,
a voz do galo estridente
que, na treva do terreiro,
anuncia as alvoradas.
Nem mesmo escuto a minha alma:
não sei se ela vai dormindo
ou me acompanha acordada,
se ela é vento ou se ela é cinza
ou nuvem rubra raiante
no dia que se levanta
como vela desdobrada
em nave que corta as vagas.
Não sei nem mesmo se é alma
ou apenas sal de lágrimas.
Vou por um caminho branco
que parece a Via Láctea.
Só sei que vou tão sozinho
que nem sequer me acompanho,
como se eu fosse um caminho
pisado por vulto estranho.
Não sei se é dia ou se é noite
o que surge à minha frente,
se é fantasma do passado
ou vivente do presente.
Não sei se é a torrente clara
da água que corre entre pedras
ou se um gavião me espreita
oculto no nevoeiro,
espantalho prometido
ao meu dia derradeiro.
Atravessando barrancos
e plantações de tomate
e ouvindo o canto escarlate
de airosos galos polacos,
vou por um caminho branco:
brancura de bruma e prata.
Entre tufos de carqueja
há constelações de orvalho
e um clarão de meio-dia
cega a minha madrugada.
Vou como vim, sem saber
a razão da travessia.
Nem sequer levo na boca
o gosto de água salgada
que relembra a minha infância
feita de mar e de mangue.
Nem sequer levo nos olhos
- nos meus olhos de menino -
a mancha rubra de sangue
deixada pelo assassino
que vi certa madrugada.
Vou por um caminho branco
e nada levo nem tenho:
nem ninho de passarinho
nem fogo santo de lenho.
Só vou levando o meu nada.
Foi tudo quanto juntei
para oferecer a Deus
nesta madrugada.
LÊDO IVO
Maceió (18/02/1924) – Sevilha (23/12/2012)
Viajo sem levar nada.
Minhas mãos estão vazias.
Minha boca está calada.
Vou só com o meu silêncio
e a minha madrugada.
Não escuto, entre os barrancos,
a voz do galo estridente
que, na treva do terreiro,
anuncia as alvoradas.
Nem mesmo escuto a minha alma:
não sei se ela vai dormindo
ou me acompanha acordada,
se ela é vento ou se ela é cinza
ou nuvem rubra raiante
no dia que se levanta
como vela desdobrada
em nave que corta as vagas.
Não sei nem mesmo se é alma
ou apenas sal de lágrimas.
Vou por um caminho branco
que parece a Via Láctea.
Só sei que vou tão sozinho
que nem sequer me acompanho,
como se eu fosse um caminho
pisado por vulto estranho.
Não sei se é dia ou se é noite
o que surge à minha frente,
se é fantasma do passado
ou vivente do presente.
Não sei se é a torrente clara
da água que corre entre pedras
ou se um gavião me espreita
oculto no nevoeiro,
espantalho prometido
ao meu dia derradeiro.
Atravessando barrancos
e plantações de tomate
e ouvindo o canto escarlate
de airosos galos polacos,
vou por um caminho branco:
brancura de bruma e prata.
Entre tufos de carqueja
há constelações de orvalho
e um clarão de meio-dia
cega a minha madrugada.
Vou como vim, sem saber
a razão da travessia.
Nem sequer levo na boca
o gosto de água salgada
que relembra a minha infância
feita de mar e de mangue.
Nem sequer levo nos olhos
- nos meus olhos de menino -
a mancha rubra de sangue
deixada pelo assassino
que vi certa madrugada.
Vou por um caminho branco
e nada levo nem tenho:
nem ninho de passarinho
nem fogo santo de lenho.
Só vou levando o meu nada.
Foi tudo quanto juntei
para oferecer a Deus
nesta madrugada.
LÊDO IVO
Maceió (18/02/1924) – Sevilha (23/12/2012)
segunda-feira, 7 de janeiro de 2013
'Estou perdido para o mundo'
Estou perdido para o mundo,
Onde outrora consumi os meus dias,
Há tanto que não tem noticias minhas,
Bem pode acreditar que morri!
Também já não faz diferença,
Que me considere morto.
Não posso sequer dizer o contrário,
Pois, na verdade, morri para o mundo.
Morri para o bulício do mundo
E descanso numa região serena
Vivo sozinho no meu céu,
No meu amor, na minha canção!
Friedrich Rückert
(1788-1866)
'Ich bin der Welt abhanden gekommen'
Ich bin der Welt abhanden gekommen,
Mit der ich sonst viele Zeit verdorben,
Sie hat so lange nichts von mir vernommen,
Sie mag wohl glauben, ich sei gestorben!
Es ist mir auch gar nichts daran gelegen,
Ob sie mich für gestorben hält,
Ich kann auch gar nichts sagen dagegen,
Denn wirklich bin ich gestorben der Welt.
Ich bin gestorben dem Weltgetümmel,
Und ruh' in einem stillen Gebiet!
Ich leb' allein in meinem Himmel,
In meinem Lieben, in meinem Lied!
Friedrich Rückert
'A casa do coração'
O coração tem dois quartos:
Moram ali, sem se ver,
Num a Dor, noutro o Prazer.
Quando o Prazer no seu quarto
Acorda cheio de ardor,
No seu, adormece a Dor...
Cuidado, Prazer! Cautela,
Canta e ri mais devagar...
Não vá a Dor acordar....
Friedrich Rückert
Tradução de Antero de Quental
'A lágrima do Céu'
O céu deixou cair mimosa lágrima,
Que logo se julgou no mar perdida,
A concha a recolheu dizendo:"Agora
Serás a minha pérola querida.
Contra as vagas terás seguro abrigo,
Serena viverás sempre comigo.
Ó lágrima celeste ora em meu seio,
Tu és a minha dor, minha ventura!...
Permite, ó céu, que em doce e puro enleio
Eu guarde das tuas gotas a mais pura!"
Friedrich Rückert
Tradução de B. Taveira Júnior
Um trecho de 'Ines'
[...]Nem procurando exílio na zona a mais remota,
Posso escapar à sanha de meu feroz tormento:
Lá mesmo me acompanha, lá mesmo me persegue
Da vida esse demônio chamado Pensamento.
Lord Byron
-Do Childe Harold-
(Tradução Francisco Octaviano)
Posso escapar à sanha de meu feroz tormento:
Lá mesmo me acompanha, lá mesmo me persegue
Da vida esse demônio chamado Pensamento.
Lord Byron
-Do Childe Harold-
(Tradução Francisco Octaviano)
De Miguel de Sousa Tavares...
[...]
Eu acredito na continuidade das coisas que amamos, acredito
que para sempre ouviremos o som da água no rio onde tantas vezes mergulhamos a cara,
para sempre passaremos pela sombra da árvore onde tantas vezes paramos, para sempre
seremos a brisa que entra e passeia pela casa, para sempre deslizaremos através do silêncio
das noites quietas em que tantas vezes olhamos o céu e interrogamos o seu sentido.
Nisto eu acredito: na veemência destas coisas sem princípio nem fim, na verdade dos sentimentos nunca traídos.
E a tua voz ouço-a agora, vinda de longe, como o som do mar imaginado dentro de um búzio.
Vejo-te através da espuma quebrada na areia das praias, num mar de Setembro, com cheiro a algas e a iodo.
E de novo acredito que nada do que é importante se perde
verdadeiramente. Apenas nos iludimos, julgando ser donos das coisas, dos instantes e dos
outros.
Comigo caminham todos os mortos que amei, todos os amigos que se afastaram,
todos os dias felizes que se apagaram. Não perdi nada, apenas a ilusão de que tudo podia ser meu para sempre.
Miguel de Sousa Tavares
'Eternamente'
de 'Não te deixarei morrer,David Crockett'
Eu acredito na continuidade das coisas que amamos, acredito
que para sempre ouviremos o som da água no rio onde tantas vezes mergulhamos a cara,
para sempre passaremos pela sombra da árvore onde tantas vezes paramos, para sempre
seremos a brisa que entra e passeia pela casa, para sempre deslizaremos através do silêncio
das noites quietas em que tantas vezes olhamos o céu e interrogamos o seu sentido.
Nisto eu acredito: na veemência destas coisas sem princípio nem fim, na verdade dos sentimentos nunca traídos.
E a tua voz ouço-a agora, vinda de longe, como o som do mar imaginado dentro de um búzio.
Vejo-te através da espuma quebrada na areia das praias, num mar de Setembro, com cheiro a algas e a iodo.
E de novo acredito que nada do que é importante se perde
verdadeiramente. Apenas nos iludimos, julgando ser donos das coisas, dos instantes e dos
outros.
Comigo caminham todos os mortos que amei, todos os amigos que se afastaram,
todos os dias felizes que se apagaram. Não perdi nada, apenas a ilusão de que tudo podia ser meu para sempre.
Miguel de Sousa Tavares
'Eternamente'
de 'Não te deixarei morrer,David Crockett'
PALAVRAS AO VENTO
Talvez tivesse morrido de tédio em pleno azul da tarde
se não fosse o vento
vir subidamente e dizer
o que disse às suas orelhas pendidas.
Que logo não estavam pendidas: altas, escutavam
o vento,
um vento de setembro com qualquer coisa
dos janeiros limpos pelas chuvas
que jamais cessam de cintilar
na memória.
E o vento falou, depois enovelou-se no capim e dormiu.
Merecidamente, deve ter pensado o que o escutara
e, escutando-o, sentira novo gosto pela vida.
Foi o que concluí, olhando disfarçadamente o velho caçador
erguer-se e distanciar-se pelo campo verde,
soprado assim por um vento que todos nós gostaríamos
de ouvir,
agora jovem perdigueiro
indo-se como, digamos, um barco branco
de orelhas pandas,
leve e cada vez mais longínquo,
até se desfazer azul na tarde
azul.
Ruy Espinheira Filho
In Poemas Reunidos
Excerto do nº 3
[...] Nessas horas lentas e vazias, sobe-me da alma à mente uma tristeza de todo o ser, a amargura de tudo ser ao mesmo tempo uma sensação minha e uma coisa externa, que não está em meu poder alterar. Ah, quantas vezes os meus próprios sonhos se me erguem em coisas, não para me substituírem a realidade, mas para se me confessarem seus pares em eu os não querer, em me surgirem de fora, como o elétrico que dá a volta na curva extrema da rua, ou a voz do apregoador noturno, de não sei que coisa, que se destaca, toada árabe, como um repuxo súbito, da monotonia do entardecer![...]
Do livro do Desassossego
Bernardo Soares
(Fernando Pessoa)
''SENSAÇÃO''
Nas tardes azuis de verão, irei pelos vergéis,
Picado pelo trigo, a pisar a erva miúda:,
A sonhar, sentirei um frescor sob os pés,
E o vento há de banhar-me a cabeça desnuda.
Em silêncio, eu não pensarei em nada:
Mas o amor infinito montará minh'alma,
E irei longe, muito longe, com o pé na estrada,
Pela natureza, feliz – na companhia da amada.
Arthur Rimbaud
Picado pelo trigo, a pisar a erva miúda:,
A sonhar, sentirei um frescor sob os pés,
E o vento há de banhar-me a cabeça desnuda.
Em silêncio, eu não pensarei em nada:
Mas o amor infinito montará minh'alma,
E irei longe, muito longe, com o pé na estrada,
Pela natureza, feliz – na companhia da amada.
Arthur Rimbaud
''Um poema de Gregório de Matos''
Nasce o Sol, e não dura mais que um dia,
Depois da Luz se segue a noite escura,
Em tristes sombras morre a formosura,
Em contínuas tristezas a alegria.
Porém se acaba o Sol, por que nascia?
Se formosa a Luz é, por que não dura?
Como a beleza assim se transfigura?
Como o gosto da pena assim se fia?
Mas no Sol, e na Luz, falte a firmeza,
Na formosura não se dê constância,
E na alegria sinta-se tristeza.
Começa o mundo enfim pela ignorância,
E tem qualquer dos bens por natureza
A firmeza somente na inconstância.
Gregório de Matos
Depois da Luz se segue a noite escura,
Em tristes sombras morre a formosura,
Em contínuas tristezas a alegria.
Porém se acaba o Sol, por que nascia?
Se formosa a Luz é, por que não dura?
Como a beleza assim se transfigura?
Como o gosto da pena assim se fia?
Mas no Sol, e na Luz, falte a firmeza,
Na formosura não se dê constância,
E na alegria sinta-se tristeza.
Começa o mundo enfim pela ignorância,
E tem qualquer dos bens por natureza
A firmeza somente na inconstância.
Gregório de Matos
''Até se diluir''
A tarde, em lise nestes vultos
Que cruzam meus passos lentos,
Confunde verdes no mar cinzento.
Gelo e fogo por dentro!
Deixo-me divagar, devagar,
No andar retrô, no vento que enverga.
Ninguém suspeita que me rasga
A fome oculta na nesga da prega.
Ninguém imagina que levo no esboço
Poças de silêncio e alvoroço,
Crispado e liso, vácuo e peso...
Largo- estreito, passo.
E um carro amarelo cruza avenida,
Dobra esquina, atrás da ilusão,
Deixando rastros do som da vida.
Minh’alma, numa bolha de sabão,
Intenta pousar no chão,
Como pingo de chuva.
Stella de Sanctis
Salmo à Vida (Psalm of Life )
Não me faleis, em enlutados versos,
Que um sonho vazio seja a vida!
Pois morta é a alma que adormece
E as aparências enganosas são.
Genuína, a vida! Vida, coisa séria!
O fim último o túmulo não é;
“Sois pó e ao pó retornais”,
Assertiva não condizente à alma.
Nem só de alegrias ou de tristezas
Se traçam nossos destinos
Mas de atos cumpridos a fim de que cada amanhã
Um passo melhor do que hoje seja.
Longa é a tarefa e fugaz é o Tempo,
Nosso corações, posto fortes e valentes,
Como tambores surdos ainda tocam
Marchas fúnebres a caminho do túmulo.
Que no amplo campo de batalhas do mundo
No bivaque da vida,
Não sejais gado inerte e submisso!
Um herói sede na luta!
Ainda que promissor, no Futuro não confieis!
Deixai que o Passado morto os que se foram sepulte!
Agi – no Presente em vida, agi!
Com o coração aberto e com Deus no Alto!
Recordar nos fazem todos os grandes homens
Que podemos tornar sublimes nossas vidas;
E, na despedida, deixar devemos
Nas areias do tempo nossas marcas –
Marcas que, quiçá, um outro ser,
Da vida velejando sobre o mar solene,
Um irmão, náufrago à deriva,
Avistando-as, a esperança há de reaver.
Em alerta e em ação permaneçamos sempre.
Com o coração a qualquer situação pronto
Alcançar procurando, perseguindo sempre,
A lutar e a esperar aprendei.
Henry Longfellow
(Tradução de Cunha e Silva Filho)
Que um sonho vazio seja a vida!
Pois morta é a alma que adormece
E as aparências enganosas são.
Genuína, a vida! Vida, coisa séria!
O fim último o túmulo não é;
“Sois pó e ao pó retornais”,
Assertiva não condizente à alma.
Nem só de alegrias ou de tristezas
Se traçam nossos destinos
Mas de atos cumpridos a fim de que cada amanhã
Um passo melhor do que hoje seja.
Longa é a tarefa e fugaz é o Tempo,
Nosso corações, posto fortes e valentes,
Como tambores surdos ainda tocam
Marchas fúnebres a caminho do túmulo.
Que no amplo campo de batalhas do mundo
No bivaque da vida,
Não sejais gado inerte e submisso!
Um herói sede na luta!
Ainda que promissor, no Futuro não confieis!
Deixai que o Passado morto os que se foram sepulte!
Agi – no Presente em vida, agi!
Com o coração aberto e com Deus no Alto!
Recordar nos fazem todos os grandes homens
Que podemos tornar sublimes nossas vidas;
E, na despedida, deixar devemos
Nas areias do tempo nossas marcas –
Marcas que, quiçá, um outro ser,
Da vida velejando sobre o mar solene,
Um irmão, náufrago à deriva,
Avistando-as, a esperança há de reaver.
Em alerta e em ação permaneçamos sempre.
Com o coração a qualquer situação pronto
Alcançar procurando, perseguindo sempre,
A lutar e a esperar aprendei.
Henry Longfellow
(Tradução de Cunha e Silva Filho)
Marcadores:
Henry Wadsworth Longfellow
- 'Presente vivo' -
Viver
é conjugação diária
do presente.
Viver
é presentear.
Mais do que um jeito de doer
é um modo de doar.
E um presente
mais que um objeto
é o elo entre dois olhos
a floração do gesto
o prateado evento
e o cristalino afeto.
Não se dá
apenas pelo prazer
de ver
o outro receber.
Dá-se
para que o outro
entre-abrindo-se ao presente
também dê.
Sant'Anna, Affonso Romano, 1935-
Poesia reunida: 1965-1999/Affonso Romano Sant'Anna.-- Porto Alegre:L&PM,2004.
Marcadores:
Affonso Romano de Sant'Anna
Procuro uma alegria
uma mala vazia
do final de ano
e eis que tenho na mão
- flor do cotidiano -
é vôo de um pássaro
é uma canção.
Carlos Drummond de Andrade
Dezembro de 1968
Marcadores:
Carlos Drummond de Andrade
Assinar:
Postagens (Atom)