foi que sentiste as pulsações mais profundas do teu ser...
ser, aquilo que está dentro da casca, na interioridade.
E então sonhaste
que o sangue te batia nas artérias
ainda sob o impulso primordial
do Instante da criação...
E que o teu peito ofegava
ainda sob cansaço
das migrações dos povos ancestrais...
E te pareceu que chegavas do fundo dos tempos
como um esclarão das gerações inumeráveis,
que viesse explorando a estrada indefinida,
e ao fim da caminhada
trouxesse ainda nos olhos
a mesma interrogação ansiada
da partida...
E te pareceu que respiravas
ao ritmo das marés montantes e vasantes
ao ritmo das montanhas,
ao ritmo do arfar da Terra toda,
quando mais pesa sobre ela, pela noite,
a mudez do infinito ardendo de astros!...
Tasso da Silveira
(MURICY, 1936, p. 167)
Um comentário:
Meus parabéns pelos belíssimos poemas .
eu não sou pota ,mais uma eterna apaixonada por poemas desde minha infância.
Desejo uma feliz semana beijos,Evanir.
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