sábado, 25 de fevereiro de 2012
NADA A DECLARAR*
(Tela de Paul Gauguin)
Pronto – você, a ler sem temor
sobre o mais amargo (sobre)Viver,
ou na juventude quer refugiar-se
para não tanto sobre a vida saber?
- Claro que sim! Há tanto a ser
descoberto, mastigado, distraído.
Porções infinitas a vislumbrar;
posições horizontais a desfrutar.
(A quem interessa desventuras ler?)
Prefere – você, albergar-se naquilo
que a idade esconsa lhe oferece, dá
e ilude, com miragens e promessas
solertes, em mítico fugaz calendário?
- Claro que sim! Há tanto a ser
venerado, traído, encoberto, revisto
(talvez até esquecido); ardis inéditos:
hidras num mar de segredos malditos.
(A quem interessa tais crimes saber?)
Assim, todo o mau, inaudito, reafirma
aquilo que nenhum poeta precisa mais
repetir: nada de novo há sobre a terra.
Tudo – um Mar de Sargaços infames;
o pântano das mais sórdidas verdades,
jaz, impune, sob a terra dos homens!
*Jairo De Britto, em “Dunas de Marfim”
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