A alma é um cenário.
Por vezes, ela é como uma manhã brilhante e fresca,
inundada de alegria.
Por vezes ela é como um pôr do sol...
triste e nostálgico.

-Rubem Alves-

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terça-feira, 7 de fevereiro de 2012

Fim da Tormenta


Parou a ventania.
As estrelas dormentes, fatigadas,
Cerram à luz do dia
As misteriosas pálpebras doiradas.
Vai despontando o rosicler da aurora;
O azul sereno e vasto
Empalidece e cora,
Como se Deus lhe desse
Um brando beijo luminoso e casto.

A estrela da manhã
Na altura resplandece;
E a cotovia, a sua linda irmã,
Vai pelo azul um cântico vibrando,
Tão límpido, tão alto, que parece
Que é a estrela no céu que está cantando.


Guerra Junqueiro

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