quarta-feira, 20 de julho de 2011
O Solitário
Não: uma torre se erguerá do fundo
Do coração e eu estarei à borda:
Onde não há mais nada, ainda acorda
O indizível, a dor, de novo o mundo.
Ainda uma coisa, só, no imenso mar
Das coisas, e uma luz depois do escuro,
Um rosto extremo do desejo obscuro
Exilado em um nunca-apaziguar,
Ainda um rosto de pedra, que só sente
A gravidade interna, de tão denso:
As distâncias que o extinguem lentamente
Tornam seu júbilo ainda mais intenso.
Rainer Maria Rilke,
Tradução Augusto de Campos
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Um comentário:
Maria, fico pasmado com sua sensibilidade na escolha das poesias aqui postadas!
Parabéns, acho que todas as vezes que passo por aqui, em palavras breves não conseguiria descreverer as sensações que me invadem, sensações de saudade, paz, , enfim, sensações transcendentes.
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