sexta-feira, 8 de abril de 2011
Um poema de Graça Pires (Portugal)
Um exílio começa no ferrete dos lábios
queimando o ébano dos pianos
que fazem gemer o prelúdio das mãos.
A boca, com sílabas de som tenso,
inventa os murmúrios colados ao archote
das preces que esconjuram a morte.
É invisível, como o uivo dos lobos em noites imensas,
a tormenta que nos intimida
quando, sobre o chão, nenhuma luz cicatriza
a exatidão do tempo e, como náufragos,
nos deslumbramos com a proximidade do abismo.
Graça Pires
In: 'A incidência da luz' Março 2011-
queimando o ébano dos pianos
que fazem gemer o prelúdio das mãos.
A boca, com sílabas de som tenso,
inventa os murmúrios colados ao archote
das preces que esconjuram a morte.
É invisível, como o uivo dos lobos em noites imensas,
a tormenta que nos intimida
quando, sobre o chão, nenhuma luz cicatriza
a exatidão do tempo e, como náufragos,
nos deslumbramos com a proximidade do abismo.
Graça Pires
In: 'A incidência da luz' Março 2011-
Assinar:
Postar comentários (Atom)
2 comentários:
Mais uma vez aqui me encontro e lhe agradeço.
Um beijo.
Nada a agradecer, quem agradece somos nós, eternos admiradores de sua obra.
Mais uma vez, gratíssima por tão belo presente, estou postando em doses homeopáticas, pois sei que ele não encontra-se disponível no Brasil.
Um grande abraço, beijos.
Postar um comentário